terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Verão 2015 / 2016

O Ano é 2015........

Então,,, já disse que a atualização do Diário de Bordo seria mais lenta mas por conta desse clima desgraçado está devagar quase parando por isso coloquei varias postagens numa só.

O problema é que o tal do El Niño já encheu a paciência, vejo o pessoal do RJ postando fotos com céu azul e fico inconformado, se bem que após 15 de Janeiro a coisa melhorou mas não resolveu.

O céu dos últimos MESES de 2015 foi cinza, cinza claro, cinza escuro e/ou nuvens negras chegando a uma velocidade absurda espalhando o caos, terror e insegurança, não só para quem veleja para o povo do oeste do PR, SC e RS também foi bem complicado.

Quando começamos a velejar, não passávamos a ilha do Teixeira (5 milhas), por medo, agora está difícil passar da ilha das cobras (15 milhas) não mais por medo, mas pelo clima, chuva, temporal, maré, borrachudos, pórvinhas, etc e sem vento bate o desânimo.

Realmente o ano de 2015 não foi um bom ano para aprendizagem. Claro que tem aqueles que dirão, "mar calmo não faz marinheiro bom", mas estou aprendendo dentro daquilo que julgo seguro, além do que já tive minha parcela e mar ruim e aprendi bastante...... aprendi que não deveria estar lá.

Mas nem tudo foi ruim, dia 2 de Dezembro, fomos para a ilha da Cobras, de novo, pra fazer nada e no dia 19 novamente, de novo, again mas desta vez por uma boa razão. Meu amigo Maurício, comprou um MJ 33 e já de cara queira ir a SC passar as férias (?). Agora imagina,,,,, pegar um barco sem conhecê-lo e ja sair por ai, hummmm é fria né?

Tai o comandante Maurício


Nesse dia tivemos a melhor velejada desde que coloquei o barco na água, foram horas de vento de través (sul) e fui em linha reta até a Ilha do Mel, passando pelo porto e Paranaguá rapidinho, em tempos "normais" precisaria dar uns 10 bordos ou mais, (o tal de vira pra ca,,, vira pra la). Chegamos juntos na Ilha e durante a ancoragem estava um baita vento, aquele de SUL portanto na cara e por azar a genoa do MJ abriu um pouco, mas foi suficiente para empurrar o barco para as pedras arrastando a âncora de 20kg. Quando me dei conta situação, comecei a berrar pra ele ligar o motor e sair de lá mas o cara estava brigando com a vela e não escutava e nem via o perigo, baixei o botinho e fui ajudar, quando cheguei perto berrei meeesmo, ai ouviu e foi manobrar.


E aqui o Furioso com a ultima foto da defensa que se foi


Após ancorar novamente fui a bordo para tentar ajudar com a vela. Parecia que eu estava num cavalo de rodeio, eu tentava segurar pelo punho da vela e subia junto nas rajadas, após um tempo o braço já perdia a força e quando conseguimos enrolar alguma coisa vi o melê que os outros cabos fizeram impedindo o completo enrolamento para a trava, isto é, uma baderna.

Soltei aponta da amarra do enrolador da genoa e fiz uma emenda travando num cunho, pronto acabou a briga. Resultado,,, perdeu a vela, rascou um monte, sorte que havia outra de reserva, e novinha.

Esse e outros episódios serviram para ver que todos precisamos de mais tempo e experiência, ai o cara desistiu de sair da baia ficou por la as férias toda, acho que se divertiu mais kkkkk.


FESTA DE FIM DE ANO

O fim de ano foi bem divertido, fomos para GUARAQUEÇABA outro extremo da baia de Paranaguá em meio a chuvisco, sol, vento, calmaria etc,,,, coisas do El Niño. Estavam na flotilha o Furioso, Teimoso e o Relax, segundo a Leandra é a flotilha TEMPERAMENTO

Guaraqueçaba é bem tranquilo para ancorar e dormir, cidade calma, silenciosa e bem acolhedora, pena que não tem praia, para o Marco faz falta.

Fizemos churrasco sob chuva (novidade né?) e esperamos o "show" de fogos,,,, e não é que teve!
Totalmente inesperado e muito bonito, ok não foi como do Rio, mas foi nota 10 e como os fogos estavam direcionados para o lado do mar, isto é quase em cima de NÓS, vimos os fotos beeeem e perto.


Esse é Teimoso, um MJ 33 do Mauricio e Vera


Já em Guaraqueçaba, esperando os fogos


E claro,,,, dia 1 de Janeiro, chuva, garoa e tudo cinza



 Esse é o Relax do Renato e Caci, um Skipper 30


E aqui,,, é nóis

O Renato tem até uniforme para o churrasco kkkk



 E aqui a cidade de Guaraqueçaba, durante os fogos

Por fim, voltamos no motor,,,,, de novo.




E chegou 2016....

Estávamos preparando as férias de fim de ano há tempos mas por conta do clima fomos desanimando em ir a Paraty com nosso barco. Soube que um veleiro ia subir na mesma data e pedi um apoio. Vixi,,, antes tivesse ficado quieto, o cara até tinha razão em recusar mas há modos e modos de dizer NÃO. Bom,,,, falta de tato à parte acabamos desistindo da empreitada por divesos motivos, entre eles o medo de ir sozinho.
Acabamos indo para o lugar mais improvavel de clima bom,,, Rio Grande do Sul, e olha o céu como estava por toooooda a semana. Gente,,, como é lindo céu azul, ja havia me esquecido disso.



Na 2a. semana fomos para Balneário Camboriu - SC, como mesmo céu.  Uhuuu,,, 2 semanas assim, todo mundo merece kkkk

E nesse meio tempo o Reges, ex-delta 26, e sem barco estava procurando algo para comprar. Vira mexe e rola achou um Fast 395 no Rio de Janeiro e me escalei para ajudar a trazer, isto é,,, nos escalamos, Eu Leandra, Marco, Rosana (esposa o Reges) e o Rodrigo, amigo ele.

Chegamos na 3a. feira dia 19 de Janeiro, havia um sol pra cada, mais de 35 graus fácil. Como o Reges havia ido no domingo a noite, motor e casco já estavam revisados e continuamos com as arrumações e preparativos. Com o tempo acabando só demos uma voltinha para entrega técnica. Barco abastecido de comida, bebida, combustível e acabamos saindo na 4f as 6 da tarde.


E aqui o Pasárgadas indo pra agua




E o Marco animado como sempre.


Por do Sol saindo do Rio de Janeiro


Em 24h de navegada chegamos em Ilha Bela. Mar calmo, pouco vento, noite maravilhosa mas só motorando. Chamamos o Iate Clube de Ilha Bela pelo rádio e prontamente fomos autorizados a pegar uma poita para passamos a noite, abastecemos os 3 tanques de diesel pela manhã e seguimos viagem.

E o por o sol na chegada em Ilha Bela


Manha seguinte preparando o Zarpe






Todo mundo animado para a próxima e maior perna Ilha Bela > Paranaguá 


Velas ao vento

Tai o Comandante Reges


Dados da viagem Rio - Ilha Bela


Saimos perto das 9 horas rumo a Paranaguá, outra navegada excelente, mar calmo, pouco vento noite maravilhosa até queeeee as 7 horas e 7 minutos da manhã o motor parou. Caaaaara, dei um pulo da cama e ouvi o Rodrigo dizendo, "não sei o que houve,,, apagou", isso a 79 milhas de Paranagua.

Bom, resumo da ópera:
Revisamos QUASE tudo no barco, foi trocado todos os filtros, oleo, agua, etc maaaas NÃO LIMPAMOS O TANQUE DE DIESEL, o maior. Pronto, como diz o programa da Discorery "O desastre perfeito". Muita coisa pra fazer, pouco tempo, falta de conhecimento etc.
Por sorte o Fast tem 2 tanques reserva no paiol externo de 45 litros cada integrados ao tanque principal e isso foi o que nos salvou.
Pegamos a mangueira de abastecimento de água potável e fizemos uma alimentação direta isolando o raccor (filtro), como o Reges tem experiencia PRÁTICA nesse tipo de operação, ajudou muito. Motor funcionando notei que em 30 minutos havia ido meio tanque e combustível, aquele externo. Putzzz, cadê o Diesel? Naquele consumo não iriamos chegar, parecia um motor V12 a alcool andando em 1a. marcha.
Pouco antes estava conversando com o Reges sobre como é o sistema de mangueiras no tanque do Furioso: pescador, respiro, manutenção e RETORNO. Estava ai o problema,,, o motor do Fast estava mandando o retorno do diesel para o tanque principal. Ai outra operação que lambuzamos o barco todo de diesel.

Colocamos outra mangueira no retorno do diesel para o tanque auxiliar, externo e resolveu o problema, mas como não confiamos na quantidade começamos a filtrar o diesel do tanque principal. Por sorte,,,, muita sorte, tínhamos as ferramentas e MAR CALMO, senão teria sido o caos. A Leandra questionou o plano B, mas uma coisa que muito me IRRITA PROFUNDAMENTE é argumentar tipo assim:
   - E se o motor não pegar?
   - Temos as velas.

   - E se não tiver vento?
   - Temos o botinho.

   - E se o botinho não aguentar?,,,,

   Pqp,,, é fods, as perguntas e respostas não terão fim? Dá vontade de dizer Nããão seeeeei, vamos morreeeeer. Não dá gente, não tem fim se der muita corda pra conversa. Havia vento e bom, funcionamos o motor por 5 minutos e desligamos subindo as velas, velocidade de 6 a 7 nós constante, muito bom e rápido. Chegando na entrada do canal norte na baia de Paranaguá ligamos o motor e seguimos até Antonina parando na ilha das cobras pra um lanchinho, já que náo comemos quase nada durante a operação de manutenção que durou 10h no total.



Essa travessia foi de longe a maior até hoje com quase 365 milhas e 3 dias de navegada. Como a experiencia dos outros a bordo não eram de lobos do mar, bate aquela sensação de que você não é apenas passageiro ou um tripula, tem que pensar analisar, cruzar informação conversar com os outros e executar e quase sempre as opiniões eram iguais então eu pensava do modo certo.

Como desgraça pouca é bobagem, ligamos o gerador e o ar condicionado, show de bola, maravilhoso, mas como não foi lido TODO o manual do barco, ali dizia para não ligar o gerador E o motor do barco ao mesmo tempo e nessa ferrou os alternadores e meu IPAD que não tinha limitador de corrente no carregador e ai se foi R$ 2000,00.

Aprendi muito nessa viagem, acabamos descobrindo muitas coisas sobre nós mesmos, e olha que foram só 3 dias e 365 milhas percorridas com tempo excelente. Por ser um mundo diferente (aquático) tudo é novo, desde acordar até dormir até o sono fica diferente, alimentação, comportamento, humor etc. Só não aprendi (ainda) a interpretar essa cara do Marco. Ele ficou um tempão olhando pra água, deu tempo do Rodrigo pegar a câmera, ajustar e bater varias fotos. Não sei em que mundo estava, vai ver que estava procurando o Nemo mas o fato é que ainda tenho que conhecê-lo melhor, pra saber se um dia zarparemos ou finco a âncora onde estou. Só pra constar, assim que cansou e ficar ali voltou pra dentro com o sorriso e sempre.



Lembro-me de quando comecei a navegar e não passava da Ilha do Teixeira distante míseras 5 milhas. Acordava de hora em hora para ver se havíamos garrado (soldado a ancora) kkkkkk. Hoje durmo 10h seguidas sem problema. A Leandra dizia que dava um nó no estômago quando avisava que ia abrir as velas, hoje até cozinha durante a velejada e depois vai tirar uma soneca, vivendo e aprendendo. Tudo isso pode se feito com maior ou menor conforto dependendo de seu planejamento.

Paramos na Ilha das Cobras pra comer algo e arrumar um pouco a  bagunça, e nessa foi mais um xurras. Ahh a churrasqueira é a GÁS, um luxo só kkkkkk


Tai o total da viagem até a Ilha das Cobras, e mais 15mn até Antonina





Carnaval em SÃO CHICO

Tô ficando abusado. No carnaval juntamos a flotilha TEMPERAMENTO (Furioso, Teimoso e Relax) e fomos para São Francisco, distante de Antonina, 74 milhas, mas pra isso tive que limpar o casco que não via uma visitinha pra mais de mês. Quase detonei toa a arga de ar do cilindro de mergulho, sobrou só 1/3, uns 100 psi. Já não tinha mais umas cracas, tinha uma colônia completa, quando saia da água havia um monte de sirizinho pendurado em mim, coisas e Antonina kkkk

Os 2 veleiros foram na 5f a noite e nós seguimos no sábado pela manhã zarpando as 5h aproveitando maré vazante. Pra quem nao conhece Antonina vai se assustar com a velocidade da enchente e da vazante e tem também o tal do estofo que pra mim é lenda. Tem que prestar muita atenção, senão perde, sei bem porque tento limpar o casco nesse momento e não dura nada ai fica impossivel segurar em algo para limpar o casco e até mesmo nadar em volta o barco tanto que em menos de 2h havíamos passado do porto de Pguá e para não arranjar encrenca com o Canal da Galheta numa vazante de formula 1 saímos pelo canal sueste, lado norte da ilha

Levou 1h a mais mas além de uma paisagem linda o mar estava tranquilo.
Estava comigo o meu amigo Ronaldo, que vocês já conhecem. Aquele que 1m após a boia 1 passou mal quando tentamos ir para Itajai ver a Volvo Ocean Race em 2015. Desta vez foi tudo bem, compramos o MECLIN, excelente remédio, recomendo. Sem vento e mar calmo, fomos a motor de novo (vou acabar comprando uma lancha) sem novidades no caminho, fizemos em 12h até o museu do mar.

Passando pela área e ancoragem dos navios fora da Baia


No ultimo dia passamos na praia e entrada do Capri, a tal da praia das galinhas kkkkk


E a flotilha toda, nem que seja de botinho


Com direito a farofada


Saia da 3f de carnaval, mar mexido e ruim na saida


Ai foi acalmando 


Passando pelas Ilhas Itacolomis




E Currais




Encontramos o Relax e o Teimoso já ancorados e descansados ai partimos para o tradicional xurras a bordo e finalmente poder tomar uma cerveja gelada.



A noite fomos ver o desfile de São Chico, pra quem gosta é um prato cheio. Prefiro só ver e de longe, mas curto, não sou tããão ranzinza quanto minha irmã mais nova diz que sou.

Dia seguinte uma passeios e retorno, e dá lhe levantar novamente as 5h da manhã. A saida da barra estava agitada, ondas bem grandinhas mas tranquilo, volta sem vento, no motor etc etc etc, ja esta ficando chato essas motoradas.

Entramos pela Galheta, mais calma que agua de poço,  e sentimos o bafo da baia, vixi maria mininu!!
Uma quentura dos infernos, o pouco vento que tinha era de popa, então no barco zeeero de vento.

Ai começa a parte ruim, limpa, seca, arruma, empacota, lava, etc pega o botinho, vai pra terra, adoça o motor de popa pra depois pegar mais 2h de carro até em casa, passando pelo centro da cidade


Tai os dados da IDA, Antonina - Sao Chico em frente a Marinha, a velocidade maxima ai, e com a vazante da baia e motor nao mais que 2500rpm, uns 80% e aceleração


Vale, mas cansa pra caramba.

Essas foram as "aventuras" do Furioso e sua tripulação, esse ano a viagem para Paraty sai,,, de um jeito ou de outro.

É isso pessoal, aos poucos vou publicando o que houve e diferente.

T+

JD







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