domingo, 31 de maio de 2015

Noite de queijos e vinhos

Então,

Dia 16/Sab fizemos uma noitada na ilha do Teixeira, onde reunimos 9 barcos (8 veleiros e uma lancha). Ficamos a contrabordo onde TODOS estavam seguros por uma ÚNICA âncora, de 20 kilos (Tóiinn). Somando rapidamente o peso de cada barco chegamos a 40 toneladas e é claro que garramos, e muito.

O Marco adora lancha, claro quem não gosta, ainda mais das grandonas e lindas. Agora pensa num moleque feliz, muito feliz por estar a bordo de uma dessas, 37 pés, maravilhosa. Ele não sabia se deitava, rolava ou pulava na dúvida fez tudo isso e eu só no não, não, não não. Putzz, mas não tinha como não fazer isso a embarcação não era minha e já pensou quebrar alguma coisa,, vixi!

Chegamos cedo e começamos as amarrações. E a linha foi aumentando o André subiu no mastro e fez essas fotos.



Laaa atras da lancha (depois do Autral, está meu simplório barquinho.


E ai está a linha, quase completa.

O Willian, dono da lancha, viu que a casa na ilha estava mudando de lugar. Quando nos demos conta estávamos muito longe de onde havíamos ancorado mas tudo bem, NAQUELE momento, tínhamos controle da situação mas assim mesmo nos separamos e ancoramos o Furioso e o Marina IX em outro lugar. Assim não precisamos fazer manobras de madrugada e só bebo APÓS todas elas terem sido feitas e certificadas que estão corretas. 

Beber a bordo com amigos é muito bom, mas ancorar barco com "sono" é um tanto perigoso, além disso haviam crianças a bordo e muitos barcos perto. Lá ficamos nós já preparados para passar a noite.


E logo atras, a trupe do vinho. Fiz essa foto quando nos separamos, após garrarmos, a lancha quis sair e tivemos que sair também eu e o Reges, nesse momento chega o Relax e outro delta 36, os da extrema esquerda e direita e ficaram por la.


A turma bem preocupada,,,,,,,, preocupada se o vinho ia acabar hahahahaha


Lá pelas tantas meu alarme de bebida acionou e parei de beber. Logo começou a cair o disjuntor do povo a bordo, teve um que pela manhã, não sabia como ele havia ancorado "sozinho" e tão bem. Claro que explicamos que não havia sido ele hahahaha.

O único incidente foi com o Marina IX, ele só usa cabo na âncora e nada de corrente. Na virada da maré o cabo enrolou na quilha e travou o barco diminuindo o raio de giro, nisso o delta 36 veio pra cima, alguns riscos depois cada um estava em sua ancoragem de destino. O cara não usa corrente porque acha que é muito peso para um barco de 26 pés, mas tem 3 âncoras a bordo. Bom,,,, o barco é dele e ele é comandante deve saber o que faz hahahaha.

No domingo, todo mundo com aquele gosto de cabo de guarda chuva na garganta e alguns ainda tentando se lembrar como ELE  se separou da linha e ancorou o barco tão bem.

Passamos o dia juntos, amarrados de novo, uns recuperando o gás, outros na manutenção, eu por exemplo outros cozinhando e outros ainda bebendo. Tentei retirar o guincho (que quebrou uns domingos atrás) e o convés do Furioso estava verrrrde, a placa solar devia estar gerando 1A/hora por conta das cagadas dos pássaros, repintei algumas madeiras que tinham resina epoxi e não verniz. Pra quem não sabe resina epoxi não resiste à luz solar, ela esfarela e a peça fica feia, a parte boa é que sai fácil na lixada e lá fui eu.

Para o mes de Maio em familia e amigos foi isso. Agora é esperar o tempo bom para levar o Delta 26 para Joinville, dois novatos, mas já abrindo as asas.

Ahhh,, gente,,,, definitivamente, velejar engorda.

T+

JD


quarta-feira, 13 de maio de 2015

Feriado Dia do Trabalho, quase....

Então,

Mais um feriado e lá vamos nós com a lida no Furioso.
Combinamos com os vizinhos Mauricio, Nadine e crianças dar um rolê na baia. Descemos na 6f. para arrumar, limpar, consertar e melhorar o visual interno do barco. Dá só uma olhada nos armários  antes/depois. Vendo muitas fotos de barcos, alguns não possuíam portas nos armários por causa do mofo e resolvi fazer sem. Porém a vista não ficou como eu queria, achava que faltava algo e resolvi fazer as tais portinhas  e para evitar o tal mofo, quando saímos do barco deixamos tudo aberto, só isso.












Melhorou né?

Nos juntamos com o Reges, Rosane e Marina do veleiro Marina IX e fim da tarde fomos para a Ilha do Teixeira com a criançada. Comes, bebes, pão de queijo, bolo e um monte de etc. Já disseram que veleiro engorda, será? Ai o Reges inventou de subir no mastro com a tal cadeirinha. É muito fácil, você entra num fraldão que é a cadeirinha de alpinista, (30 anos atras eu usava uma dessas) faz um focinho de porco triplo para cada pé, ai você se apóia no pé direito e sobe o esquerdo, ai se apoia no pé esquerdo e sobe, puxando o focinho de porco para cima e junto a cadeirinha e teoricamente vai alternando os pés e puxando a cadeirinha pra cima, facin né? ......... Teoria meus caros, estou vendo que há muito disso no mundo náutico tipo: "Masss nããão cara, era só fazer assim e assim que dava certo" (??) ou  "Nããão, você fez errado, tinha que fazer assim e não assado (??)" e quem dava esses conselhos todos estava confortavelmente numa cadeira com amortecedor, braços e em TERRA FIRME. Ahhh vá, então tenta, mas faça, nada de teoria, porque de teoria estou tentando aprender a regular as velas e até agora nada.

Tai o Reges, tentando subir, até que subiu uma parte mas desistiu, o esforço foi tremendo, precisa de outros equipamentos tipo jumar (ascensor), oitão (freio para rapel). Esse é gente que faz. hehehehe


Desta vez fiquei a contrabordo do Delta com a ancoragem dele, uma ancora de 7,5kg e cabo. Esqueci de comentar nos posts passados mas fiz uma tremenda nháca no meu guincho de ancora, forcei demais quando travou em cima e quebrou o eixo, então agora está na mão a tarefa de recolhê-la e o pior é que está presa com sikaflex. Vai tirar....

A ancoragem não foi tranquila, batia muito com o barco amarrado ao outro, a situação piorou as 4h da manha quando o Reges pede pra liberar. Ai fui lá fazer a minha ancoragem e como havia outros barcos perto tivemos que fazer o procedimento 2x e nessa recolhida para a 2a. ancoragem detonei minhas costas enquanto puxava a corrente. Caracas! Realmente estou velho, desta vez me agachei e fiz do modo correto porém as costas já tinham reclamado, voltei rapidinho pra baixo do cobertor, é, cobertor por aqui anda frio.

Estou melhorando aos poucos, então, estava com uma leve dor de cabeça, corte na mão por causa da raspagem do fundo, costela detonada, costas travadas, ooooorra meu! O que mais falta?

No sábado pela manhã retornamos a Antonina pegar meus amigos e retornamos ao Teixeira fazer um churrasquinho e esperar a vazante das 14h com VENTOOOOO. 


Marco e Sofia


Na Ilha das Teixeira, esperando pela vazante das 14h



Naquele dia fomos a vela até a ilha das Peças, distante 15 milhas ou 3h a motor. Por causa dos canais tivemos que dar vários bordos e levamos muuuito tempo pra chegar lá. De novo os navios atrapalhando minhas manobras e chegamos na ilha as 19h, já bem escuro. Claro que errei o lado da ilha, não sei o que ativei no gps que apareceu um monte de pontos e isso está atrapalhando muito, pois polui a tela que é um horror, com a Leandra na proa com a Lanterna achamos o trapiche. Devidamente ancorados e desta vez o Marina IX amarrado a nós fomos pra sessão comilança, com 4 crianças a bordo ninguém pára muito tempo.

O projeto inicial era ir a Guaraqueçaba, mas pelo atraso nos bordos a vela por causa do contra vento, paramos no meio do caminho porque além de ser tarde eu já não aguentava mais que cansado.

Manhã seguinte resolvemos visitar a ilha do mel e prá la fomos, a motor, já que o vento sumira.
Tai o mapa da baia para que se localizem, senão só com o nome fica complicado pra quem não conhece a área. Coloquei a posição da ilha dos papagaios e onde encalhei. Conforme podem ver no mapa abaixo, pra chegar a Guaraqueçaba, a maneira indolor é esperar a vazante lá em Antonina e vir com ela até a ilha das Cobras e esperar a enchente para subir a Guaraqueçaba, se tiver vento então é show de bola, isto é, de vela


Chegamos na ilha do mel perto das 11h e tentamos, só tentamos,  nos aproximar pois a profundidade vem de 15 metros, 5 metros 1 metro e 30 cm em 5 segundos. Olha só o canalzinho que tem para atracar e veleiro não chega. Demos meia volta e fomos para uma prainha próxima.


Saindo da Ilha do Mel






Caaara, imagina 4 crianças num barco, imagine a zona


O canal da Galheta é assim: Quando não tem um navio pra encher o saco,,,, tem 2, e dos grandes.


Essa eu tenho que contar:

Quando estávamos ancorando com 50 cm de água, mas desta vez na maré baixa, vimos uma lancha próxima com um cara sozinho e limpando a embarcação, coisa rara de se ver em lancheiros. Nisso chegam 2 jets no maior pau, e deram um cavalo de pau NA FRENTE da lancha. 
Meu! Você não acredita no esporro que o lancheiro deu nos caras de jet, Caracas!! Ficou puto da vida, berrou mesmo dizendo que era perigoso, que poderiam ter se matado etc etc etc. nunca vi isso vindo de um lancheiro hahahahaha.

Bom, acalmado os ânimos do pessoal, voltamos pra nossa lida: fazer comida. Veleiro engorda mesmo, tenham cuidado. Enquanto a Rosana e Leandra preparam os comes e bebes, desembarcamos com as crianças na praia para que corressem um pouco, local muito bonito pra passar o dia, mas chegue na maré BAIXA, senão vai ficar enroscado mesmo.

Na volta para os barcos não resistimos e fomos cumprimentar o lancheiro, estava com material de limpeza numa mão, copão de whisky na outra e uma musiquinha para ELE ouvir e não a ilha toda. Demos os parabéns para ele pela atitude ai ele explicou que eram amigos mas mesmo assim meteu a boca. Era uma lancha 28 pés lindona, mas ele já estava de saco cheio e estava procurando um veleiro ,,,,,,, tai a explicação hahahahaha.


 No retorno ao Clube pegamos esse maravilhoso por do sol



E olha que bati com o celular, esse é o Marina IX, um delta 26



As imediatas

As 15h recolhemos âncora e seguimos para Antonina, Caaaara,,, é longe pacas, 23 milhas com maré contra, ai ninguém merece. Como o Delta é mais lento no motor fui na balada dele e a noite veio, com maré vazante e beeeemmm vazante, passamos o porto de Antonina já escuro e como não gosto da visão noturna do gps pois altera as cores do que é canal e baixio e o tico e teco se confundem, então comecei a mexer nele, mudei para diurno e baixei a luminosidade a 20% como lá fiz la na ilha dos papagaios e nessa de mexer adivinhaaaa....... perdi o sonar, igualzinho como lá na ilha dos papagaios, E com a maré secando, e secando meeesmo o bicho pegou, desliguei o Jarbas e fui no manual EM CIMA da linha de rota da GPSMAPAS e o Delta à minha direita uns 30 metros a boreste (lado direito) e eu pensando: "Ele não deveria estar alí", pouco tempo depois,,,, BUMMMM o Delta, bateu uma pedra, foi como se ele subisse no pedal de freio, a proa veio abaixo a popa laaa pra cima e parou, ok, era vazante e uma pedra mas estava parado.

Corri pegar meu cabo de 50 metros, baixar botinho, baixar motor, pegar tanque de gasolina, aquela correria toda. Ai vem outro problemas, maré vazante, marcha engatada e barco mantendo a posição, mas não podíamos ir para os lados por causa dos baixios. Nesse tipo de situação para o gps você está parado e ele fica sem referência de rumo, a linha de rota parece um limpador de parabrisa e a Leandra não conseguia estabilizar o barco. Eu e disse para se basear nas luzes la na frente e na lateral do porto, que ficasse ali enquanto íamos levar o cabo ao Delta para o Furioso puxá-lo da pedra. Tô craque em reboque hehehehe.

Quando estávamos chegando perto ele conseguiu sair sozinho, por sorte era uma pedra e não lodo, porque a maré ainda estava baixando e ia ficar lá até começar a enchente mais de 1h depois.

Passado o susto, seguimos para o clube, devidamente amarrados à poita desligamos o motor as 21h e o Reges avisa que o trapiche está no seco, isto é, não tinha como desembarcar por 1h pelo menos............
Quase peguei a churrasqueira pra continuar a comilança, mas ai teríamos que lavar tudo de novo, ixi! Melhor não.

Chegando em casa pesquisei melhor o problema do sonar. Uso o modelo  echomap 50s e haviam 18 correções desde que foi lançado, 18 (?) eu ja tinha atualizado até a 3.70  e ja está na 4.5. É muita incompetência da empresa. Acho que fazem o lançamento de qualquer jeito e depois os clientes vão arrumando o sistema. Fica a lição, ver o site periodicamente.

Esse foi um bom fds, boa companhia e alguma aventura e mais aprendizado, vamos indo, no contra vento, mas sempre adiante.

T+

JD



segunda-feira, 4 de maio de 2015

Feriado de Tiradentes - esse sim foi complicado

Salve, mais um fds pra contar as desventuras e aventuras,

Esse fds foi do car….. desculpem a expressão mas foi. Não tem como contar tudo mas tem coisas que não podemos deixar de documentar.

Dia desses um amigo me disse que tinha o logbook desde a 1a. viagem, isto é, o diário de bordo. O meu é aqui no blog, mas claro que só mostro os meus goles, já os tombos, nem todos hahahaha.

Então, combinei com um amigo de infância de ficarmos o feriado na baia de Pgua zanzando e testando posições de vela, regulagens, indo a lugares não visitados etc etc etc. Esse meu amigo não sabe velejar e muito menos passou tantos dias embarcado, mas na baia é tranquilo, como dizem é o quintal de casa e qualquer problema é só ir à terra.

Aí, num happy hour com outros velejadores e velejadoras combinamos de ir de barco a Itajaí ver a VOR (Volvo Ocean Race) a formula 1 da vela. Os barcos são lindos e caros passando dos 20 milhões de dólares, mas aparentemente sem conforto algum, é pra quem gosta meeeesmo.

Bom, sobre a viagem resumi bastante coisa e colocarei a culpa no meu amigo Ronaldo. Sim, porque alguém tem que ser culpado, então que seja ele. E com beeem menos culpa eu, "apenasmente " porque coloquei uma pessoa inexperiente em alto mar, por 3 dias, sem experiência alguma, em um barco que começa aqui e acaba ali, mas isso são meros detalhes insignificantes (já bati a cabeça na parede umas 10x).

Em resumo
Saimos 16:30h de Antonina
Passamos a boia 1 as 21:30h
O Ronaldo passou mal as 21h:30m:15s
Vomitou 45.682 vezes mas dizia que estava bem.
As 22:15h tomamos a certeira decisão de voltar senão o cara ia morrer.
As 0h entreguei o controle para o Capitão, porque eu não aguentava mais pilotar.
As 2h ancoramos na ilha das cobras para dormir.


Gente, sei que muitos que leem o blog são lobos do mar, mas por isso mesmo não prestam muita atenção porque já tem experiência, então anota ai:
Numa travessia, tem que ter conforto para sentar, recostar e deitar para descansar.
Meu barco tem os bancos na popa junto à targa, ajuda um montão, mas também não resolve. Se o mar estiver ruim cansa muito ficar se segurando e lá pelas tantas as forças acabam, então tenham uma cama na popa para alguém deitar e ir rodando o turno. Se não tiver esses bancos, a coisa vai complicar.

No Sábado, ficamos pela Ilha do Teixeira fazendo um xurras, bebendo e jogando conversa fora, foi show de bola. No fim da tarde retornamos ao Clube e embarcamos no Furioso para cumprir o planejamento inicial. A noite saímos comer alguma coisa, claro que tudo fechado e fomos na pizza mesmo. Eu estava tão cansado que dia seguinte nem me lembrava quem havia pago a conta. Fui dormir as 20h e acordei as 8h da manha, como adoro dormir a bordo e ainda mais cansado, é nisso que dá.

Preparando o GPS para a travessia, tai o comandante do veleiro, André


Como é bom ser passageiro,,,,


E ai o Ronaldo posando de timoneiro



Zarpamos com o Furioso, sei la que horas, passamos pelo veleiro Zefiro pra convidar pra ir junto, mas ainda estavam no 10o. sono, seguimos com maré contra (claro), vento contra (óbvio) e íamos a 3.5 nós. De cara senti um trimilique diferente no barco, casco e leme, tudo sujo. Paramos na ilha do Teixeira e mergulhei para a limpeza. Putzz, estou ficando velho, já não tenho mais forças, é uma raspada na quilha e volto a subir, mas até que ficou bonzinho e zarpamos de novo, desta vez navegava liso.
Eu queria conhecer a ancoragem na Ponta do Poço, bomlocal e bem próximo do canal da Galheta para sair da baia. Ancoragem tranquila, local lindo e calmo mas com uma baita correnteza, se não unhar bem já era, vai pro canal, então tem que ligar o gps com alarme de âncora. Eu não me separo do gps 60 csx neste sim, eu sou doutor modéstia às favas, se bem que ele só tem meia duzia de comandos hahahaha.

Primeiro peixe que peguei com o Furioso, peguei não,,, ele me pegou, pulou no deck quando estava lavando o tapete hahahaha.


Chegando a Paranaguá, tentando achar um trapiche para atracar



Entramos em Pgua para abastecer de comida e bebida. Tive que mudar 2 vezes de local de atracação porque sempre chegava um taxi/bus boat, ai desisti e ficava a deriva no rio até o Ronaldo voltar ai rumamos para a ponta do poço já no fim da tarde.

Passamos a noite lá, bebendo e conversando, afinal são mais de 35 anos de amizade e um bom tempo sem nos ver, assim colocamos as fofocas em dia, opsss homem não fofoca,,, apenas tece comentários. Meu amigo Ronaldo não é marinheiro, é mecânico de avião, mas tem bom senso e inteligência, detecta o problema e tentar resolver, e resolve então é um bom cara pra ser ter por perto quando as merdas ocorrem.




Dia seguinte rumamos para a Ilha dos Papagaios, uma ilha que dizem, no final da tarde reúne perto de 5.000 papagaios, é lá que vão dormir, não sei se foi a época mas haviam poucos, depois disseram que no verão tem muito mais,,, muito mais butuca, porvinha e pernilongo também.


Pra chegar nessa ilha, só com um trajeto pronto no gps ou com pescador da região senão não passa nem da entrada do canal por conta dos baixios. Como era de dia, eu tinha a referencia da mata, curva etc e a rota no gps. Tá,,, ok,,,, tem gente que acha que não se deve usar ou confiar tanto no gps, tem que navegar na unha. Então tenta chegar lá na ilha no sextante e se sobrar tempo vá para Cananéia pelo canal do Varadouro, não é que não dá, mas quero ver chegar.


Navegando ao lado da Ilha do mel


Tentando achar um ventinho


Dia lindo para navegar


Este, sou EU, como diria o ratinho no filme Ratatoille


Essa é a parte mais bonita da baia de Paranagua/Pinheiros




Após 2h de navegada desde a entrada do canal estávamos na ilha, muito linda, numa baia mais linda ainda, é como se fosse uma rotatória, na saída 1 você pega o canal que vai ao canal sueste e na saída 2 o canal do Varadouro indo a Cananéia, um dia vou lá. Em pouco tempo os papagaios começaram a chegar mas beeem menos que os 5.000 anunciados. Lá pelas tantas, passou um veleiro grandão, acho que de 40 pés, e sumiu atrás das pedras.


Tai o Ronaldo tentando voltar ao barco.


Baia onde fica a ilha dos Papagaios, local muito bonito, merece ser visitado


Eis a Ilha


E começaram a chegar


As pousadas do entorno levam os hospedes para conhecer a ilha, vale a pena contratar uma lanchinha dessas



PARTE 2


Almoçamos, esperamos, vimos os bichos, demos uma passeada ao lado da ilha e decidimos voltar quando já era quase noite. Bom,,,, ai começou a noite, e que noite.


Íamos a 4 nós aproximadamente e eu tentando ficar em cima da linha da rota com zoom máximo no gps. Comecei a mexer no gps do barco para melhorar a luz em pouco tempo o sonar começou a piscar indicando 4m e,,,,, sumiu ficou com 4 riscos, baixei a velocidade e ai piorou, pois a rota a ser seguida ficava pulando de um lado pro outro por causa da baixa velocidade, pedi ao Ronaldo o outro gps, o 60csx, para conferir a rota, ja que tinha feito o tracklog da vinda e indicava que estávamos uns 3 anos luz fora ddela e bummmm, encalhei…….. PQP,,,, que mérdáááá.

Dei ré com toda força e a folhinha ao lado do barco na água nem se mexia, em 5 minutos alguém tirou a rolha do ralo e a água baixou numa velocidade espantosa, dava pra ver e sentir o barco adernar, quando pulei na água, ela não passou da cintura, ai já estava bem adernado a boreste (direita).

Pois é...


O que é um peido pra quem está todo cagado, então vamos limpar o casco né.



E a limpeza ficou show de bola


Caracas! Que sensação de incompetência, desespero e sei lá mais o quê, deve ser de incredulidade. Desliguei o gps do barco várias vezes, desconectei, conectei e ele não mostrava mais o sonar, até que secou TUDO, toda a água em volta do barco desapareceu, depois me explicaram o perigo disso. Dependendo de onde você encalhou pode perder o barco todo, basta ter um buraco ao lado, a quilha pára na lama/areia e o costado continua descendo no buraco e abaixo da quilha, tipo capotando no buraco, e quando a água volta, pode inundá-lo antes que ele flutue, ai é PT. Portanto, não é só esperar a água voltar, tem que ter sorte de encalhar bem.



Aqui é o que eu disse sobre ter um buraco ao lado, se o casco cai no buraco entra agua e ai ja era. Olha onde foi a linha d´agua no costado



Como desgraça pouca é bobagem, ouvimos no rádio um pedido de socorro, uma voz de mulher era o veleiro que havia passado por nós, tinham encalhado lá na ilha dos papagaios.
Ela insistia no rádio, mas não nos ouvia e nós tentando contato sem resposta. Uma outra pessoa respondeu tentando contato com ela também e conversamos. Ele perguntou se não poderíamos ajudar e respondemos que sim, se não estivéssemos encalhado também. Ai o rádio ficou mudo por toda a noite, se estivéssemos morrendo, teríamos morrido, lamentável.



Na foto abaixo dá pra ver na bussola o grau de inclinação, numa das caminhadas ai em cima escorreguei e bati as costelas de "boreste" no banco da targa. Pronto, é o desastre perfeito, sem forças pra nada.



Ai veio o 3o. problema, a água voltaria as 4h da manha, ainda no escuro, e ai? ir para onde? Direita, esquerda? Eu estava sem o sonar e achava que o gps havia ficado louco, tipo travado. Quer dizer, ia encalhar de novo porque depois das 4h a água começaria a baixar e como agravante, encalhei com maré a 1,5m e a próxima seria de 1,3m faltando 20cm de água, e é muita água. Já imaginou encalhar ao lado de um canal ou buraco dessa vez, ninguém merece. Ia ter que confiar no gps de mão, o 60csx mas mostrava uma margem de erro as vezes de 7 metros e o canal não tinha 7 metros, então estava ferrado de qualquer jeito, pelo menos saberia para que lado ir. Problema que não tem solução, solucionado está, tinha que esperar a maré encher.



E secou secado, nada de agua,


Láááá na frente tinha umas luzes, peguei o botinho e tentei ir la, segurando a lanterna numa mão e o gps na outra e acelerando o motor, bem mané mesmo coisa de estupido, podia ter perdido tudo se caísse na água, até que encalhei o botinho também . Pulei dele, naquele lodo e puxei pro canal. Avaliei que podia aumentar o problema e voltei pro barco que àquela distancia só via um piscar da luz de fundeio que mais parecia uma estrela e um ponto fraquinho que era a luz do cockpit.




Eu tremia de nervoso e mal estar e dor nas costelas, preocupado com a quantidade de água na próxima maré e como achar o canal para não encalhar de novo além de ter que conseguir ajuda. Ali é bem povoado então sempre aparece alguém. Ao longe ouvíamos um motor de canoa, foi aumentando, aumentando até que estava à nossa frente mas com a escuridão que estava não enxergava nada. Liguei luzes das cruzetas e acionei minha lanterna led, ai o cara viu e veio perto. Ufa, graças a Deus.



Ele prometeu voltar as 4h para ajudar e com uma lancha mais rápida. Claro que não dormi, pensando que o cara não viria e fui fazendo o plano B e preparando o barco. Fechei o tanque de boreste, abri o holding tank que fica também a boreste e enchi com a água do tanque de bombordo, passei todos os extintores para boreste, enlatados, vidros, ancora reserva, corrente reserva, pensamento e boas intensões também, passei tudo para lado direito do barco, tudo para pender deste lado. O pescador havia nos dito que tínhamos muuuuita sorte, porque não era noite de lua, senão estaríamos complicados com butuca, porvinha e pernilongo, já imaginou tudo isso NO MANGUE?



As 4h em ponto o pescador chega, infelizmente não me lembro do nome dele, com seu irmão em uma lanchinha com motor de 40hp. Ai começa o calvário fase 2 em edição piorada. O pescador disse que logo a frente havia um canal e tínhamos que ir pra lá. Cara,,, eu não enxergava nada e ele dizendo que tinha um canal a uns 5m ao lado. Bom, analisando bem ele é de lá o pai dele é de la e o avo também, sabe mais que eu,, então vamos pra lá e pronto. Haviam me dito para ir para trás, não para os lados nem adiante, mas….


Ai a maré encheu, as 4:30h, e tentamos no motor do veleiro, amarramos a lancha no mastro para adernar e movimentando o leme, e nada, o barco nem se mexia. Puxamos a proa para o lado, e nada, ai começou o estofo, quando a maré não sobe nem desce, e o desespero bateu em mim. Abri toda a retranca e o pescador e o Ronaldo subiram lá na ponta com a lancha puxando eu a 100% do motor mexendo o leme para os lados e o barco foi, mas foi muito e encalhei do outro lado do canal, ai a água começou a baixar. Aaaai meu Deus.



Olha o local do encalhe,,,, já viram casto tão limpo?



Viramos o barco com a lancha e nova manobra começamos tudo de novo até chegar ao canalzinho para ir ao canalzão. Ufa, 2h de trabalho, suor, desespero e companheirismo do Ronaldo e dos 2 pescadores. O mais incrível é que os caras sabiam ondes estavam os canais, no escuro completo e começamos a seguir para a baia. Eu estava TOTALMENTE perdido, simplesmente não sabia para que lado ir e os caras dando o rumo. Amarraram o lancha atrás do veleiro e foram pilotando no escuro completo. O gps e o sonar voltaram a funcionar mas eles não deram bola e seguiram no instinto. É impressionante, eles iam sobre a linha de rota do gps sem saber disso e eu não avisei nada, amanheceu o dia, ai mostrei e expliquei as rotas do gps, nem deram bola, so disseram: “Ahh tá”, devem ter pensado,,,,,, “pra que isso se o canal é aqui?” hahahaha.






Nos deixaram na baia e seguiram pra casa, 2 irmãos, 2 pescadores desconhecidos que levantaram as 4h da manhã para nos ajudar, é mole?

Ai o caminho de volta pra casa foi no motor e com algum ventinho para eu fazer umas experiências de como regular as velas. Não sei como mas ainda navego mais rápido no contra vento que no través, tem algo errado que não consigo ver, já tentei de tudo.

Chegando na poita, fomos limpar o barco, vazou diesel por algum maldito furinho e água doce pela tampa da caixa de boreste ou algum furinho, isso inundou o compartimento onde guardava o piloto automático, e adivinha…….. mas já arrumei rsrs.

Disso tudo fica o aprendizado que: nao precisa ter 4 lanternas, basta uma unica, mas que funcione e tenha baterias de reserva, encalhar pode não ser o bicho de sete cabeças ou pode significar perda total do barco, só coloque os MELHORES AMIGOS em roubadas, porque se não for teu amigo de verdade, com certeza se tornará teu pior inimigo hahahaha.

Valeu Ronaldo, sem tua ajuda a coisa teria complicado muito.

É isso por esse fds,

T+

JD