quinta-feira, 18 de junho de 2015

Ilha Rasa

Então,,

4 dias de feriado, 9 veleiros, 3 lanchas, todo mundo merece né? Uma vez, não sei onde (nem me interessa mais) vi uma reportagem dizendo que o brasileiro era feliz porque tínhamos futebol, muitos feriados e praia, Bom,,,, o cara era estrangeiro, na próxima vida, se ele nascer por aqui, saberá porque somos felizes e não em apenas em um fds passado por aqui, enfim, cada um, cada um.

Chegamos no domingo a noite e olha só o tamanho da bagagem para apenas 4 dias, imagina quando formos passar as próximas férias, programadas para 20 dias embarcados, hehehe.


Como chegamos beeeem tarde, o Marco já estava entregue e como somos regidos pelas leis de Murphi, a maré estava seca, muito seca, então tivemos que levar tudo isso laaaaa no pier 2 além de ter que pegar o bote de apoio e descer a rampa toda enlameada e como se não bastasse, montar o dog house (parabrisa) e o bimini (toldo de lona) as 1h da manhã.


Dia seguinte, domingão lindo. A programação era passar o fds na Ilha Rasa, numa festa de aniversário de um velejador que tem casa la, e foi a tropa toda. Saí logo atrás do Relax, do Renato, porque estava com receio de ter neblina mais pra frente e como ele tem radar, fui na cola. Tem gente que não gosta de eletrônicos, eu adoro. Com a maré vazante, chegavamos facinho a 7,5 nós, isso era 50% a mais de velocidade que normalmente faz o barco no estofo e sem o menor esforço do motor que estava a 60% de aceleração, é uma diferença absurda.


Em 2 horas e meia chegamos ao Porto de Paranaguá o que normalmente faziamos em 4 horas e com o Jarbas instalado, podemos desfrutar de momentos como este. Como nem tudo são rosas, tem que ficar ligado em 220 e cuidando todo tempo pois o piloto automático é só pra manter o rumo.


Chegamos na ilha das Peças ainda pela manhã e saímos caminhar e comer, desta vez sem as famigeradas Butucas mas com alguns "pórvinhas" que incomodavam muito. Aqui estamos preparando a ancoragem e ainda sem o guincho de âncora.

A ilha das peças tem uma ancoragem não tão tranquila mas dá pra passar a noite e é virada em restaurantes. Há controvérsias de qual é melhor na comida, no atendimento, se atende $$omente algun$$ etc etc etc, eu não quero tapete vermelho e banda, só quero comida quente e cerveja gelada e que seja servida em tempo hábil, para não vir crua ou demorar demais, só isso. Acho que não é pedir demais né?

E nesse restaurante fomos muito bem servidos.

Fim de tarde na ilha das Peças e o povo já ancorado.



E no domingo pela manhã, saímos bem cedo, para pegar e enchente e nos empurrar para a Ilha Rasa, olha só como estava o tempo, tudo trocado. A foto abaixo era do norte (nosso lado direito), normalmente tem tempo bom, pois a frente fria vem do sul. Foto feia, cinza, carregada sem a menor graça e todos nós no motor.

Essa foto é do Oeste (para frente), olha só a linha das nuvens.

E essa do Sul (lado esquerdo), com sol, cor, vida e animação. O barco abaixo é do André, o Sunmar, de 31 pés.


Esse é o Relax, um Skipper 30 impecável do Renato


E aqui a família buscapé.


É "nóis" na foto.

Um estranho no ninho hahahahaha. Essa lancha estava conosco lá na Ilha da Peças, amigo de um amigo. O cara acordou super tarde, fez o café, tomou sem pressa alguma e zarpou, contou até 10 e chegou aonde estávamos, pois havíamos saído uma eternidade antes. Quando se aproximada perguntou como ele deveria passar pelos 5 barcos da flotilha e um respondeu: "Passa fazendo um zigue zague entre os veleiros" e outro disse, "gente, não atira,,, é amigo" hahahaha. Chegou na boa e para o desespero dele nós acompanhou a meros 5 nós.

O Marco no "camarote" de convés.

Chegando na Ilha Rasa


E aqui a flotilha já ancorada

O Andre, do Sunmar, comprou 4 peixes de um pescador, um deles ainda vivo e fez na grelha. Eu já tinha ouvido que peixe fresco, sem ter tido contato com o gelo era muito mais saboroso, mas comer um peixe assim é difícil, tem que pegar com o pescador e na hora. Confesso que fiquei surpreso com a diferença de gosto, é muito mais gostoso, até me animei a aprender a pescar, mas isso é outra historia.


Ao longo do dia chegaram mais 3 veleiros e 3 lanchas. 


Estou pensando em trocar o meu botinho, ele tem 2,7 metros pesando 35 kilos e um motor de 8hp de 28 kilos mais o tanque de combustível de 12 litros, Em mar calmo até que é viável colocá-lo a bordo mas se estiver mexido fica perigoso. O Marco adora dar umas voltas com ele, principalmente quando plana, ai o moleque fica faceiro por isso estou com aperto no coração em fazer a troca, mas um bote de 2m com motor de 5hp, sem o tanque ia ser de uma ajuda imensa.

E aqui, minha última obra de arte: A mesa de jantar. Após 10 meses do lançamento do barco na água a obra ainda não terminou. Eu havia feito uma em compensado com fórmica mas sabe quando você olha, olha, olha e não se convence? Comprei 3 tábuas de Cedro Rosa e fiz outra, com já tinha o molde foi fácil e numa manhã estava pronta, agora é só dar acabamento. Passei a manhã instalando ás pressas e quando pronta para o café da manhã, a Leandra disse: "Ahh não, café da manhã é lá fora." E a mesa continua virgem......

 O Prieto, do Tutatis, tem um drone e fez esse vídeo da ilha e da ancoragem. Vale a pena ver. 


Ficamos 4 dias embarcados, com um pessoal prá lá de gente boa e entre eles 3 que deram a volta ao mundo de veleiro (A Famila Portela que publicou o livro Três anos, três oceanos, Prieto do veleiro Tutatis e o Crespo) e assunto tínhamos para uma vida toda.

Foram 9 Veleiros e 3 lanchas, 60 milhas de navegação num espetacular feriado, pena que sem vento, assim fica difícil aprender a velejar né? Mas valeu a pena, comprovei que meu sistema de baterias é somente para fds, mais que isso vai faltar energia, então terei que fazer mais algumas instalações: Mais 2 baterias, placas solares maiores e um gerador eólico potente assim posso manter a geladeira na potência máxima o dia todo. Tenho geladeira e vaso sanitário elétricos que não abro mão, tem gente que não tem e não sente falta. Eu sinto hehehe, e ainda faltam: AIS, SSB, sonar reserva, e outros brinquedinhos.

Foi isso, agora o Furioso vai pra terra para algumas manutenções corretivas e preventivas. Logo estaremos na água de novo.

T+

JD





quarta-feira, 10 de junho de 2015

JIC - Fnalmente navegando em mar aberto

Então,

Finalmente saí para mar aberto sem alguém experiente a bordo, fui de tripula no Marina IX, um Delta 26, do Reges amigo de poita, até Joinville . Eu não era o comandante, então não tinha que pensar muito porque quem manda no barco é o comandante e ponto final, senão é motim e vai andar na prancha.

Eu e o Reges somos novatos, ele tem um pouco mais de tempo e manja melhor de velas e o cara estava ligado em 220v para essa viagem. Quando você tem um skipper ou alguém com experiência a bordo, a ansiedade e o medo não aparecem, porque se der merda, mesmo como comandante, você olha pro cara e diz: "Assume ai, o barco é seu" hahahaha mas no nosso caso e nessa viagem, os 2 eram iniciantes e sem experiência em mar aberto. Só lembrando: Antonina fica no fundo da baia e pra vc pegar mar aberto tem que chegar na boia 1 distante 27 milhas, aprox 5 a 6 horas no motor dependendo da maré, no vento nem conto, porque se tiver,,,,, é contra.
E pra chegar na Boia 1, é bom sair na vazante e com tempo bom, porque senão o bicho pode pegar e como somos iniciantes.....


Como podem ver, é bem longinho.....


Então, sair no canal da galheta em condições boas é o ideal, mas tem gente que passa por lá até dormindo,,,, eu não.  Na foto acima o que está em azul escuro apos a Ilha do Mel é baixio, por isso temos que ir la na pqp para poder virar pro norte ou sul ou em frente pra ir pra Africa e na foto abaixo está o canal tendo direita a ilha da Galheta e a esquerda a ilha do Mel,



E fomos chegando...


E passamos,, hahahaha,,, olha so a calmaria, putzz, maior sorte

Aí foi a minha vez. Como o Delta 26 tem o escapamento para trás, na popa, o movimento do barco faz com que a fumaça volte, no voo chama-se rotor, e vim respirando essa porcaria até ali.

Como o vento estava de popa, abrimos as velas em asa de pombo, isto é,  uma pra cada lado e você fica com um paredão branco na frente te dando tchau,,,,,, vai pra direita, vai pra esquerda, vai pra direita, vai pra esquerda não tem pra onde olhar a não ser pra trás ou para os lados.


Olha só a posição da bandeira. Mesmo no pouco tempo que o motor esteve ligado após a boia 1 a fumaça vinha direto e não do rotor do vento (redemoinho)

E tái o resultado, após 3 hugos, as forças se foram e fiquei em estado lamentável, imprestável. Já imaginou isso acontecer comigo com a Leandra e Marco estando a bordo? Pior que isso é se a Leandra também passar mal, ai ferrou.

Mesmo como baixa na tripulação, ainda tinha forças para apertar a tela bater umas fotos, algumas foram do Reges.


E o sol começa a se por, e a ansiedade começa a aumentar. Dois novatos navegando a noite? Ixi, linha da vida a postos, coletes no costado, lanternas na mão, gps portátil na mão etc etc etc....


E como a adrenalina me cura de todos os males, ja estava melhorzinho nessa foto, até consegui olhar meu gps....


E o sol estava indo.....


E as 17:40,,,,, foi. Por isso se come muito em veleiro, anoitece muito cedo, a janta sai cedo e também, as vezes dome-se cedo, senão come de novo pra fazer o sono chegar hahahaha.



Navegamos muito bem durante a noite, céu estreladíssimo e o vento rondou, rondou e tivemos que ligar o motor. A entrada da baia da babitonga foi meio tensa mas sem sustos. Lá dentro, as vezes não sabíamos se era um navio ou as Piramides ou a Torre Eifel, porque no meio de tanta luz, e fortes, você se perde e não identifica o que está na frente. Por obra de Deus, estávamos fora do canal, sim, porque lá tem boia verde e encarnada por todos lados, e nisso vimos uma luzinha vermelha, sim, luzinha, vagabunda, pequena, de cor mais pra laranja que vermelha, ai nos demos conta que era um puta navio passando. Estávamos longe e em segurança, mas um pouquinho mais pra frente a coisa ia ficar complicada, por isso vou comprar um AIS logo. A luz de navegação do meu singelo barquinho é muito melhor que aquela porcaria que estava num barco daquele tamanho, se a luz de navegação era assim imagine o resto.

Bom,,, voltemos: Como o JIC tem convenio com a Marina Capri, e estávamos perto, chamamos no rádio para atracarmos e passarmos a noite lá,,,,, claro que ninguém respondeu e acabamos por ancorar em frente ao museu do mar.

Lá pelas 8h da manhã escutamos uma puta buzinada de navio, mas pensa numa buzina alta. O Reges pulou pra fora em 1s e estava tudo fechado com neblina não dava pra ver nem o barco pirata perto de nós, mas durou pouco as 9h zarpamos, conforme foto abaixo.


 E fomos navegando tranquilamente na baia de Babitonga, muito linda por sinal, mas tem os canais a serem seguidos e muita marcação de perigo. Lá pelas tantas o Reges disse que eu nao deveria olhar muito para o gps, tinha que ser navegação visual e desligou o gps para ver o que eu fazia. Ele disse vai para a boia verde...... bom ele era o comandante e prontamente obedeci puxando o leme direcionando o barco para a boia verde e já dizendo,,,,, "ok, voce desencalha" hahahaha. Ligou novamente o gps e viu que tinha um baita canal a ser seguido e era em curva, se fossemos reto iriamos encalhar. Há lugares que pelo tamanho na carta nautica não passam 2 lanchinhas dessas ai em baixo de tão estreita que era. E assim chegamos no visual do JIC, Joinville Iate Clube.



Algumas lanchas básicas para se iniciar no mundo náutico


E ai estamos, já amarrado ao trapiche, apos 20h de navegada desde a poita em Antonina

Uma excelente oportunidade para aprender a navegar, mas fazer uma travessia como tripulante é uma coisa, outra é ser o comandante.

Espero ainda esse ano fazer uma tantas viagens pra la, para dimensionar melhor o Furioso e pegar a mão em mar aberto mas ai com a Leandra e depois o Marco.

Por hoje é só

T+

JD