domingo, 18 de outubro de 2015

1a. travessia - São Chico

Então,,,,,

Finalmente, após 1 ano e 1 mês, fizemos a 1a. travessia da família, fomos com a ABVC (Associação Brasileira e Velejadores de Cruzeiro) a São Francisco do Sul, total de 147 milhas náuticas, ida e volta né, claro e desde Antonina. Para nós, do fundo da baia, chegar a mar aberto é um parto de ouriço, é longe, muito longe. Ok, para os gaúchos é pior, mas cada um com seus problemas, o meu é chegar à boia 1, distante 22 milhas.

Nos encontramos em Paranaguá no dia 10 (Sábado) para sairmos no domingo pela manha mas por conta do clima saímos somente na 2a. feira, dia 12. Fomos em apenas 3 barcos, o Jazz 4 do Volnys de Santos, o Catamarã 100% Justo de Morretes e nós.

O Sábado, ja começou com trabalho pesado, limpar o casco. Para chegar na Ilha do Teixeira foi sofrido, com 2500 rpm no motor não passava de 3.5 nós de velocidade onde  geralmente chega a 6 ou 7 nós. Montei o material e mergulho fui pra baixo. Após 1:30h de um cansativo trabalho de tirar as CRACAS, isso mesmo crácas, aos montes, detonei meio cilindro de ar. Em 30 dias o casco passou de 0km, lindão, reluzente para uma montoeira de sujeira. chega a desanimar, já vi que tenho que limpar a cada 20 dias, pqp, ninguém merece.

Bom, ai foi fácil chegar a Pguá, vazante e motor a 2000 rpm a velocidade foi facinho a 7 nós, olha só a diferença de performance.

Claro que a chuva não poderia faltar, olha ai a "paisagem".


 Na saída era tudo alegria

E já preparei o bote para a a travessia, subi ao máximo e amarrei-o ao casco com a cinta de catraca para não balançar, funcionou bem mas dá para melhorar esse processo ainda é trabalhoso.

 Como passamos o domingo em Pguá, fizemos uma caminhada ao mercado central,,,


.... e ao aquário, muito legal, haviam peixes que nunca havia visto, tem até pinguins.


Zarpamos as 4h da manha de 2a. feira rumo a São Chico, frio, chovendo e vento fraco de nordeste. O mar estava calmo, bem calmo e o piloto funcionou bem nos levando o tempo todo.


Aqui quase meio dia, olha a calmaria do mar, sem ondas.



E aqui a flotilha toda com o jarbas trabalhando


Bom,,,, a viagem foi perfeita, mas sem vento, saímos as 4h da manha de Pgua e chegamos em frente ao Museu do Mar em São Francisco as 15h pontualmente.
Fomos recepcionados pela marinha e pela curadora do Museu. Conversamos por um tempo e ,,,,,, zarpamos de volta kkkkkk.
Isso sim é que é bate/volta, nem de moto fazia isso geralmente passava o dia na praia e retornávamos ao fim da tarde, o problema é que já era fim da tarde.

Para ganhar um tempo, fomos ancorar em frente ao Capri, mas na baia e não no rio pois o catamaran estava com problemas no leme e não quis entrar, acabei ficando no canal também estava mais quebrado que arroz de 2a. Durante a viagem de ida, a Leandra encostou no rádio externo e quebrou suporte que ficava preso ao costado, e na volta durante a ancoragem ela foi desligar o rádio e na afobação entortou todos os pinos de conexão, resultado: não tem esse cabo no Brasil e custa quase que o valor do rádio todo.

Fazendo um levantamento, nesse tempo que o barco está na água ja tive problemas ou quebrei:
- Guincho (arrumei)
- Bomba de pé (arrumei)
- Chartplotter, vulgo gps (arrumei)
- Geladeira (ainda não arrumei, e ja foi uma baita grana)
- Piloto automático (acho que arrumei)
- Leme (arrumamos)
- Agora o rádio (espero arrumar)
Acho que foi só, 

Partimos novamente as 4h da manhã, imagine o cansaço. O problema é que a Leandra não descansou e nem eu, então foram 2 dias complicados. As 5:30 o sol nasceu mas estava nublado e as vezes chovia. Entramos em mar aberto com vento sudeste de 15 nós, então través, ótimo pra navegar e ondas de alheta (vem de traz, pela direita) essas fazem a maior bagunça pra pilotar, é desconfortável e o piloto não aguentou ai foi na mão até as 14h. Em seguida desliguei o motor e com as velas em cima mandamos ver na que foi a maior velejada que fizemos até hoje, sem dar um bordo sequer. 
Numa surfada chegamos a 10.2 nós e a todo momento entre 5,5 e 7 nós. Ai, lá pelas tantas, eu cansei e passei o leme pra Leandra, ela é habilitada e sabe pilotar,  porque eu estava cansado.

Rapidinho né?


Ai, como também sou um ser humano e filho de Deus, fui ao banheiro e "tentando" me ajeitar em meio a chacoalheira a Leandra começou a gritar que queria ajuda e que o barco ia virar. Respondi que não podia, que estava ocupado kkkkkkk.

Vira nada, veleiro não tomba naquelas ondinhas (eu acho) de 1,5 a 2 metros segundo o Windguru. O problema é que quando subia na onda, ele virava para a direita e pra arrumar tem que puxar TOOODO o leme e forte, mas a Le nao fazia o movimento todo e como o vento era de traves, ele embalava mais ainda, adernava, subia na outra onda e ia muito rápido, mas para o lado errado.

Quando sai do banheiro bati essa foto, escorada no cockpit, segurando na braçola e tentando manter o barco na linha kkkkkk


Com o barco adernado e o vento de través olha só a posição do colete salva vidas. Quase na horizontal


Aqui já estávamos perto da entrada do canal. Com vento, chuva, frio mas desta vez equipado com roupa de tempo, nao foi tão desconfortável, ainda tenho que arrumar uma botinha pra usar com meia e nao esfriar os pés e uma luva boa, meu eterno problema. 


A volta foi direto do Capri até Antonina, são 74 milhas até minha poita, dia anterior cansativo, mar agitado, sem piloto automático, sem experiência das mãnhas para não cansar muito foi o ó do borógodó, mas foi muito divertido e prazeroso, por mim, passava direto pela Boia 1, mas a Le ainda insiste que tem que trabalhar. Alguém tem que manter a sanidade né......

Aqui os nr. da viagem. Para meus amigos Ricardo Portela e Jose Prieto, que deram volta ao mundo,  147 milhas (em 2 dias) é nada e vivem me incentivando a ir mais longe, mas um passo de cada vez. O odômetro, está errado, uma vez resetei sem querer e ja marcava 301 milhas, mas o que vale agora é esse, 522 kkkkk.


Quando andava de moto superbike fazer 200km ja me detonava, ai comprei uma bigtrail e comecei a viajar para mais longe. E o que era longe começou a ter outro significado, até o que dia que fomos a Ushuaia onde fazíamos 1000km por dia, hoje meu desafio é fazer mais de 73 milhas dia (pouco mais de 135 km) kkkkkkkkk

Fizemos uma travessia acompanhado por mais 2 barcos, com comandantes experientes, em contato visual e por rádio, o que nos deu muita segurança. Meu problema ainda é avaliar a situação mas isso vem com o tempo.

Essas 73 milhas já é passado, o próximo porto é logo ali e como a imaginação voa kkkkk

Estou esperando as fotos dos outros participantes para postar, assim que ok, aviso por aqui.

T+

JD





4 comentários:

  1. Salve Jorge,
    estou aqui me atualizando sobre o amadurecimento da tripulação do Furioso, esse post teve frio na barriga, pressa, teve bate e volta teve emoção e momentos engraçados, maldade sua deixar a capitã naquela situação rsrsr... e ainda sangue frio pra registrar rsrsrsrs... ao mesmo tempo que leio me abasteço(sempre) de motivação... orço muito por vcs, pelos avanços, por cada milha conquistada... fazer 1000 kms de alfalto ja com o dominio do equipamento é fácil, quero ver sair da auto escola e fazer essa odisséia rsrs.. acho que é por isso que vc esta passando... tempos de aprendizado... Bons Ventos a todos!!! at. Rodrigo Fidelis #passadiço #usepassadiço

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    1. Grande Rodrigo,

      Pois é meu caro, vivendo e aprendendo. Aos poucos vamos aumentando as distancias e pegando o jeito de navegar, mas temos muito a aprender.

      Abraços

      Jorge Dias

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  2. Bom dia, Jorge.
    Cara, acompanhei toda a sua história com o Furioso, desde o começo da construção (uma baita "empeleitada", como se diz no nordeste hehehe) e continuo acompanhado até hoje. Já velejei algumas vezes no barco de um amigo-irmão-xará e já fomos até Noronha uma vez no MOANA, um catamarã BV30, além de outras regatas menores pelo litoral de Maceió-AL, onde nasci e me criei. Hoje estou longe do litoral (por causa do trabalho, também sou Analista de Sistemas) e não vejo a hora de voltar ao marzão que tanto amo. Não tenho como ter meu próprio barco ainda, mas vou tê-lo assim que possível, e desejo conhecer o Furioso, "dia-desses", com sua permissão !! Grande abraço e bons-ventos.
    Guilherme.

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    1. Olá Guilherme,

      Que bom que gostou do blog espero que te ajude de alguma forma.
      Aprendi na vida que tudo tem seu tempo, sua hora e a tua vai chegar e ai é se jogar de cabeça.

      Algum dia vamos subir o litoral ao nordeste e avisaremos por aqui ai é so dar um toque que nos encontramos em alguma ancoragem.

      Abraços

      Jorge Dias

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